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Decidi escrever uma One Shot, para um concursp, mas já agora, posto aqui.
Hoje em dia as pessoas vivem isoladas da realidade pura e viva. Vivem confortáveis. Sentadas no sofá, a queixarem-se do trabalho que dá estudar ou terem de acordar para exercerem as suas funções na Sociedade. Enquanto isso decorre. Enquanto uns queixam-se da sua vida luxuosa e boémia, outros passam os dias na rua. E não. Não é a jogar "à bola".
Uma multidão com um aspecto repugnante e perigoso rodeava um pequeno círculo. Os indivíduos gritavam com gozo. Gritos de desprezo maioritariamente. Restava saber o que se passava no meio.
Jay, um rapaz de estatura média, já com os seus 16 anos e alguns vestígios soltos de barba, estendia os seus punhos com fúria e rapidez. O alvo era normalmente o maxilar ou o nariz do rapaz do lado oposto, os pontos mais frágeis da cara, portanto.
A luta acabou com Jay no chão. Estava completamente estendido sobre a superfície húmida e suja da rua. Era humilhante. Os restantes vandâlos pisoteavam-lhe a cabeça e as costas. Mesmo sabendo que este estava indefeso. Mas quem vivia nas ruas já sabia o que acontecia a quem perdia um combate. Sofria pelas descargas de adrenalina dos restantes, pelo menos até estes fartarem-se. Foi o que acabou por acontecer. Jay foi deixado sozinho.
O rapaz queria levantar-se o mais rapidamente possível. Quanto menos pessoas o vissem naquele estado, melhor. Já se sabiam as leis da rua. Ou comes ou és comido. Se demonstrasses fraquezas não duravas um dia e era por isso que Jay queria levantar-se.
Mas não conseguia. Doíam-lhe as costas e parecia ter as pernas paralizadas. Decidiu esperar, enquanto olhava para a mancha se sangue que o rodeava, sobreposta por um dente, provavelmente dele.
As pessoas passavam. Umas, as mais civilizadas e arrogantes, tentavam fingir não ver ou olhar de lado. Jay quase que lhes lia a mente: "Indecente. É por miúdos como estes que o país está assim.". Pelo menos era isso que Jay imaginava que pensassem. Contudo, quando passavam locais do bairro já era outra história. Riam-se e cuspiam, muitos deles conhecidos ou até amigos de Jay. Mas o mundo em que viviam era assim. Não há espaço para amizades. Jay sabia isso e nem se incomodava com os actos dos seus supostos amigos. Sabia que se a situação fosse inversa, Jay faria algo semelhante.
Acabou por se levantar. Sabia em que sarilhos estava se não recuperasse o respeito que obtivera desde o seu início de vida de ruas. Só havia uma hipótese, observando assim a situação. Pedir uma desforra o mais depressa possível. Antes de passar a ser de noite, de preferência. Com um fio de sangue a escorrer-lhe da boca e metade do seu olho esquerdo escondido pelo grande inchaço perto da sobrancelha, engoliu seco e caminhou na direcção do local onde supostamente estaria o seu oponente.
Finalmente chegou. Foi obviamente mal recebido. Se fosse a algumas horas atrás seria diferente. Seria tratado com respeito. Mas agora. Agora não. Falhados não mereciam respeito.
Todos sabiam o que Jay queria e abriram espaço para a desforra. O adversário tinha de aceitar, caso quisesse que o respeito que tinham por ele ficasss intacto.
Jay mirou novamente o seu adversário. De alto a baixo. Estava em desvantagem em termos de altura e tamanho. Poderia apenas compensar em capacidade de luta. Jay aproximou-se do seu alvo. Sem desviar o olhar. O combate ainda não começara. O oponente de Jay avançou uns passos, fazendo com que ficasse quase com o seu nariz a tocar na testa de Jay.
Baza, filho da puta. Ou queres que te parta todo como parti a tua mãe? - disse o rapaz mais alto, num tom de desprezo.
Jay podia sentir o seu hálito a tabaco, mal ele falou. Jay não respondeu. Nunca fora bom nisso. Mas sempre fora bom a lutar.
Num ápice, ergueu a cabeça para cima, fazendo com que a sua testa embate-se na ponta do nariz do adversário. Este gemeu de dor e recuou, com a sua mão direita agarrada ao nariz. A multidão pareceu enlouquecer, apesar se já saber muito bem o destino daquela afronta.
O oponente de Jay largou o nariz, irritado, mostrando uma mancha de sangue.
Estás fodido puto. - o oponente de Jay avançou com rapidez e desferiu potentes socos, sem hesitação.
Jay não pôde fazer nada para além de proteger a cara. Sem êxito, no entanto. Bastou um soco acertar-lhe no maxilar para este ser obrigado a recuar mais uns passos e a contra-atacar ao acaso se o adversário insistisse com os golpes.
Jay só se lembrou numa alternativa. Uma das formas mais eficazes de vencer contra lutadores maiores. O jovem de 16 anos avançou uma segunda vez sobre o oponente e pontapeou-lhe a barriga uma vez. Com bastante força. O oponente inclinou-se na direcção de Jay, devido à dor. Só restava finalizar. Jay recuou um pouco e avançou num forte movimento frontal, acertando com o punho no nariz já ferido do oponente. Este caiu. Jay aproximou-se do adversário caído e cuspiu-lhe na cara, demonstrando superioridade. De seguida, virou costas e caminhou na direcção oposta.
Isto até uns segundos depois algo interromper o silêncio. Um barulho estrondoso e temido. Jay olhou para trás e via o seu oponente. Com o nariz partido coberto de sangue e uma revólver erguida.
Jay cai uma vez, de joelhos e outra, de cara no chão. O coração parou.
Era de esperar pelo menos um enterro próprio de uma pessoa. Mas quando se vive nas ruas és apenas lixo. Ninguém se vai importar contigo, mesmo se estiveres no chão, coberto de sangue. Imóvel. És lixo na mesma.
Hoje em dia as pessoas vivem isoladas da realidade pura e viva. Vivem confortáveis. Sentadas no sofá, a queixarem-se do trabalho que dá estudar ou terem de acordar para exercerem as suas funções na Sociedade. Enquanto isso decorre. Enquanto uns queixam-se da sua vida luxuosa e boémia, outros passam os dias na rua. E não. Não é a jogar "à bola".
Uma multidão com um aspecto repugnante e perigoso rodeava um pequeno círculo. Os indivíduos gritavam com gozo. Gritos de desprezo maioritariamente. Restava saber o que se passava no meio.
Jay, um rapaz de estatura média, já com os seus 16 anos e alguns vestígios soltos de barba, estendia os seus punhos com fúria e rapidez. O alvo era normalmente o maxilar ou o nariz do rapaz do lado oposto, os pontos mais frágeis da cara, portanto.
A luta acabou com Jay no chão. Estava completamente estendido sobre a superfície húmida e suja da rua. Era humilhante. Os restantes vandâlos pisoteavam-lhe a cabeça e as costas. Mesmo sabendo que este estava indefeso. Mas quem vivia nas ruas já sabia o que acontecia a quem perdia um combate. Sofria pelas descargas de adrenalina dos restantes, pelo menos até estes fartarem-se. Foi o que acabou por acontecer. Jay foi deixado sozinho.
O rapaz queria levantar-se o mais rapidamente possível. Quanto menos pessoas o vissem naquele estado, melhor. Já se sabiam as leis da rua. Ou comes ou és comido. Se demonstrasses fraquezas não duravas um dia e era por isso que Jay queria levantar-se.
Mas não conseguia. Doíam-lhe as costas e parecia ter as pernas paralizadas. Decidiu esperar, enquanto olhava para a mancha se sangue que o rodeava, sobreposta por um dente, provavelmente dele.
As pessoas passavam. Umas, as mais civilizadas e arrogantes, tentavam fingir não ver ou olhar de lado. Jay quase que lhes lia a mente: "Indecente. É por miúdos como estes que o país está assim.". Pelo menos era isso que Jay imaginava que pensassem. Contudo, quando passavam locais do bairro já era outra história. Riam-se e cuspiam, muitos deles conhecidos ou até amigos de Jay. Mas o mundo em que viviam era assim. Não há espaço para amizades. Jay sabia isso e nem se incomodava com os actos dos seus supostos amigos. Sabia que se a situação fosse inversa, Jay faria algo semelhante.
Acabou por se levantar. Sabia em que sarilhos estava se não recuperasse o respeito que obtivera desde o seu início de vida de ruas. Só havia uma hipótese, observando assim a situação. Pedir uma desforra o mais depressa possível. Antes de passar a ser de noite, de preferência. Com um fio de sangue a escorrer-lhe da boca e metade do seu olho esquerdo escondido pelo grande inchaço perto da sobrancelha, engoliu seco e caminhou na direcção do local onde supostamente estaria o seu oponente.
Finalmente chegou. Foi obviamente mal recebido. Se fosse a algumas horas atrás seria diferente. Seria tratado com respeito. Mas agora. Agora não. Falhados não mereciam respeito.
Todos sabiam o que Jay queria e abriram espaço para a desforra. O adversário tinha de aceitar, caso quisesse que o respeito que tinham por ele ficasss intacto.
Jay mirou novamente o seu adversário. De alto a baixo. Estava em desvantagem em termos de altura e tamanho. Poderia apenas compensar em capacidade de luta. Jay aproximou-se do seu alvo. Sem desviar o olhar. O combate ainda não começara. O oponente de Jay avançou uns passos, fazendo com que ficasse quase com o seu nariz a tocar na testa de Jay.
Baza, filho da puta. Ou queres que te parta todo como parti a tua mãe? - disse o rapaz mais alto, num tom de desprezo.
Jay podia sentir o seu hálito a tabaco, mal ele falou. Jay não respondeu. Nunca fora bom nisso. Mas sempre fora bom a lutar.
Num ápice, ergueu a cabeça para cima, fazendo com que a sua testa embate-se na ponta do nariz do adversário. Este gemeu de dor e recuou, com a sua mão direita agarrada ao nariz. A multidão pareceu enlouquecer, apesar se já saber muito bem o destino daquela afronta.
O oponente de Jay largou o nariz, irritado, mostrando uma mancha de sangue.
Estás fodido puto. - o oponente de Jay avançou com rapidez e desferiu potentes socos, sem hesitação.
Jay não pôde fazer nada para além de proteger a cara. Sem êxito, no entanto. Bastou um soco acertar-lhe no maxilar para este ser obrigado a recuar mais uns passos e a contra-atacar ao acaso se o adversário insistisse com os golpes.
Jay só se lembrou numa alternativa. Uma das formas mais eficazes de vencer contra lutadores maiores. O jovem de 16 anos avançou uma segunda vez sobre o oponente e pontapeou-lhe a barriga uma vez. Com bastante força. O oponente inclinou-se na direcção de Jay, devido à dor. Só restava finalizar. Jay recuou um pouco e avançou num forte movimento frontal, acertando com o punho no nariz já ferido do oponente. Este caiu. Jay aproximou-se do adversário caído e cuspiu-lhe na cara, demonstrando superioridade. De seguida, virou costas e caminhou na direcção oposta.
Isto até uns segundos depois algo interromper o silêncio. Um barulho estrondoso e temido. Jay olhou para trás e via o seu oponente. Com o nariz partido coberto de sangue e uma revólver erguida.
Jay cai uma vez, de joelhos e outra, de cara no chão. O coração parou.
Era de esperar pelo menos um enterro próprio de uma pessoa. Mas quando se vive nas ruas és apenas lixo. Ninguém se vai importar contigo, mesmo se estiveres no chão, coberto de sangue. Imóvel. És lixo na mesma.
